quinta-feira, julho 28, 2005

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Informação sobre um cd onde participa o guitarrista Nuno Ferreira...

'Spin' - Companhia dos Sons

Artista: Companhia dos Sons

Formação:
Sexteto


Músicos/Solistas:

Nuno Ferreira-Guitarra e Fender Rhodes
João Moreira-Trompete, Flugel e Melódica
Jorge Reis-Saxofone Alto e Saxofone Soprano
Nelson Cascais-Contrabaixo
Bruno Pedroso-Bateria
João Silvestre-Percussão e Sit

Companhia dos Sons é o primeiro lançamento de total responsabilidade da TOAP (desde a proposta ao artista, passando pela gravação, edição e promoção), daí que possa ser entendido realmente como o primeiro disco da editora, na medida que o resultado final não teve qualquer outro tipo de influência a não ser a dos músicos e da TOAP.
Spin, da Companhia liderada por Nuno Ferreira, é um disco diferente dos anteriores, como que mostrando que a TOAP está aberta a todos tipos de jazz. “A TOAP tem um grau de exigência elevado na selecção dos seus projectos do ponto de vista da qualidade, e não do género. Nos dias que correm o estilo denominado jazz é tão diverso que abrange músicas que poderão soar totalmente diversas. A TOAP escolhe músicos para as suas edições, e a partir daí (dentro de alguns limites) deixa a escolha do conteúdo musical nas mãos do músico”. Neste caso, Nuno Ferreira escolheu um caminho carregado de influências bem díspares, do fado à electrónica e ao hip-hop, sendo o jazz o elo de ligação entre os vários domínios.


“Rumo Sudoeste” é apenas um dos caminhos percorridos, com claras influências árabes/indianas, sendo que o belo som da cítara acentua essa influência. Uma melodia arrastada e mastigada segue-se em “Atlantic Breeze”, brisa quase que parada, estagnada, num passo lento e preguiçoso, até mostrar toda a sua força com o poder de solos belíssimos e extramamente bem enquadrados.

Desta Companhia podemos esperar uma “Espiral de Sons”, sons diversos sobre ritmos variados, tudo numa espiral chamada jazz. Também há ritmos mais quentes, com “Atlantis Revisited” numa toada samba-jazz com o flamenco à mistura, que no mínimo provoca o típico reflexo pavloviano do amante do jazz: o bater com o pé no chão. Sons mais abafados e mais electrónicos também fazem parte do rol, sendo que não poderia faltar o fado, a tristeza típica dos portugueses à mistura com blues. “Sailboat Blues” seriam os blues se tivessem nascido em Portugal.

Sem dúvida um disco original, com um universo amplo, que transpira inovação. Influências diversas - sabendo ir buscar o melhor dos vários estilos -, que com um fio condutor (a secção rítmica) permitem a qualidade das composições. Uma bela companhia para as mais variadas ocasiões. MM

By

Sax Jazz

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